Resumindo a história: a data que estava na poesia era muito anterior ao nosso relacionamento. Com todo respeito às nossas queridas leitoras, mas minhas experiências com relacionamentos ensinaram que às vezes uma vírgula vira uma frase na cabeça de uma mulher ciumenta. Foram dias e semanas me perguntando para quem eu tinha escrito aquela poesia e eu, sem graça e sem respostas, falava que não lembrava e que talvez nem fosse pra ninguém, e tentei dar uma explicação bonita de como aquele texto podia ter outros significados que não fossem românticos (ou sexuais).
Mas por que estou contando essa história? Porque logo em seguida a esses fatos escrevi o texto que posto hoje.
Numa tentativa desesperada de me explicar, escrevi um poema sobre os versos que não conseguem ser decifrados e que só fazem sentido na cabeça de quem os escreve. Espero sinceramente que gostem.
Sobre os segredos dos poemas
Pobre verso
incompreendido,
Pobre
rascunho rasurado,
Pobre
rabisco pós-escrito:
Jamais serão
interpretados.
Quem saberá
a verdade
Que o poeta
ocultou?
Qual será a
realidade
Que atrás do
verso orquestrou?
Há quem diga
que é amor
Os versos
que ele versou,
Para outros
são versos de dor...
No entanto
só o sabe o autor.
Só ele
entenderá as risadas,
Se eram de
gozo ou rancor...
Se foram
irônicas as toadas
Que falavam
sobre o condor.
Eis teu
sorriso versado:
Ali onde o
poeta riscou.
No entanto,
só ao poeta é sabido
Se no verso
foi amigo ou amou.
Lindo este. E realmente: só quem escreve que sente e sabe o que quer dizer. Tão escondido algum significado que na alma estará impresso o real sentido.
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