Jovem da comunidade N. Sra. de Fátima - Zona Rural de Porto Velho |
Surgia de tudo: de apaixonado a louco, de gênio a adolescente iludido, sem contar os que me recomendavam ao psicólogo. Havia também os elogios, pois acabavam encontrando profundas reflexões filosóficas de boteco inseridas em versos e entrelinhas. E eu apenas ria por dentro, concordando às vezes, balançando a cabeça, enquanto pensava comigo: "De onde eles tiraram isso?"
O texto que trago hoje fala justamente sobre isso: o verdadeiro significado de nossas palavras, dos nossos versos, nossos cantos e nossas conversas. Espero que gostem e que façam suas interpretações, pois eu já tenho as minhas.
Diálogo com meus versos
Verso meu,
me responda:
Que queres
versando assim?
Verso que
escrevo, diga:
Que dizes,
versando, de mim?
Verso, poema
e estrofe,
Por que se
uniram neste complô?
Para dizer a
um garoto que sofre
Que de algum
modo inexiste a dor?
Verso meu,
composto e escrito,
Responda-me,
sei que podes,
Por que tudo
isto?
Responda-me,
tu me deves!
Verso, poema
e rima,
Por que
mesmo vos criei?
Para
engrandecer-me, ficar por cima?
Ou nem
sequer num motivo pensei?
Verso meu,
poesia,
Se põe o
sol, eu não poria...
Quem disse
aonde foi
Achou
sentido que eu não acharia...
Verso,
poema,
Rima,
estrofe,
Todas minhas
poesias...
Todos meus, mas nada tinha...