terça-feira, 16 de setembro de 2014

Papo com uma estrela

Nosso planeta é apenas um grão de poeira lançado num mar infinito que nossa racionalidade chamou de universo, resultado de uma explosão que, segundo os físicos, aconteceu no "t=0", ou ainda, segundo os religiosos, aconteceu "No princípio", sem contar outras diversas variações dessa mesma história.
Mas pule por favor esta parte de discutir sobre o início, pois creio que ele permanecerá sempre obscuro, de certa forma, para nós que vivemos no presente, e pousemos nosso olhar neste grão de poeira do qual falamos agora: entre a infinidade de galáxias, uma - a Via Láctea; dentro dessa uma galáxia, um planeta - a Terra - misteriosamente bem posicionado o suficiente para gerar a vida; dentro desse planeta, sete bilhões de animais "mais desenvolvidos" - a raça humana - com o incrível dom chamado de razão; dentre estes sete bilhões de seres humanos, um homem - eu - sentado em frente a um computador, escrevendo um texto sobre a própria existência...
Quis fazer esta breve viagem do universo até mim para tentar instigar em você, corajoso leitor, a mesma inquietação que tive ao escrever a poesia de hoje: como podemos ser assim tão importantes em nossa individualidade se considerarmos nossa pequenez diante de tudo o que existe? Somos apenas poeira das estrelas, mas ainda assim somos importantes de alguma forma, caso contrário, nem sequer faria sentido a existência... Mas, então: Por que existimos? Qual o nosso papel no universo? Quem somos nós?
Não sei. Milhares de pensadores morreram tentando responder essas questões e nem todos conseguiram, e os que conseguiram não são aceitos como totalmente corretos... Por enquanto me contento apenas com esta frase: "Somos o que somos: poeira das estrelas, escolhidos pelo Sol para possuir quase tudo, ou seja: quase nada".

Papo com uma estrela

Boa noite, pequena estrela!
Quão engraçada tu és:
Brilhas sem que alguém te acenda
E, às vezes, ninguém te vê.

Ninguém te pede: “Vem”,
Ninguém te ordena: “Vai”
Brilhas às vezes a ninguém,
Mas insistes em teu “vem e vai”.

Brilhas guiando nos mares
Os navios sem seus sonares
E, dos poetas perdidos em ilusão,
Volta e meia tu és inspiração.

Daqui onde estou
Te meço com dois dedos;
Daí onde estás
Eu nem sequer existo.

Somos o que somos:
Poeira das estrelas,
Escolhidas pelo Sol pra possui quase tudo,
Ou seja, quase nada.

Somos o que somos:
Reflexos das estrelas...
Brilhamos, caímos e apagamos,
Perdidos nesse acende e apaga.

Somos o que somos:
Nós somos estrelas
Marrons, super-novas e anãs-vermelhas...
Somos e não somos estrelas.

Um comentário:

  1. Verdadeiramente não somos nada em meio a esse Tudo, a toda essa Terra, de tudo desse Todo...

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