Bem, aos leitores que não sabem, eu sou católico, mas não pensem que eu sou do tipo mente fechada, na verdade, minha visão sobre religião é bem ampla e aberta ao novo, o que algumas vezes acarreta crises existenciais muito interessantes.
Fora o papo religioso, acredito numa verdade universal, uma inteligência (ou essência se preferirem), que se revela continuamente à humanidade, que chamamos de Deus, Alá, Shiva, como preferir.
O poema de hoje fala disso e da busca de Deus dentro de onde ele pode ser encontrado: em tudo e, principalmente, dentro de cada um de nós.
Antes tudo era Verbo
Tudo um dia
foi verbo,
Antes que
tudo fosse carne,
Antes que a
carne fosse vida.
Creio que o
verbo era verso,
Somos filhos
da poesia.
Somos
herdeiros da poesia,
Embora
tentemos ser o inverso,
Esquecendo a
beleza do versar esta lida,
Não deixando
que em nós o verso se encarne,
Esquecemos
que grande parte de nós é verbo.
Esquecemos
os textos e os vendemos num sebo,
Acredito que
falavam de algo que nos irmane,
Que
escrevemos achando encontrar a saída,
Mas disseram
ser poemas baratos e do avesso,
Que
acharíamos bonitos, mas ninguém leria.
Antes da
carne e da poesia,
Antes dos
filhos tornarem-se o inverso,
Antes que a
vida não tivesse saída,
Antes que o
tudo como vida se encarne,
Tudo era,
éramos, é e somos filhos e parte do verbo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário