sábado, 30 de agosto de 2014

O que sei e não sei que sou


A última estrofe deste texto que postarei hoje me toca bastante: quantas pessoas na nossa vida nos conhecem de verdade? Já ouvi inúmeras vezes aquela frase dita por tantas pessoas "Menino, eu te conheço", conhece mesmo? Se conhece, me ajuda por favor, poque ando tão cheio de "Wesleys" dentro do microuniverso da minha cabeça que nem sequer sei qual deles sou eu de verdade, ou se todos eles são ou se nenhum deles...
E você, paciente e corajoso leitor, quantas vezes já se pegou fazendo essa mesma pergunta? Se chegou a  alguma resposta clara, por favor me ensine a fórmula, pois já gastei 21 anos da minha vida e tudo que sei sobre mim é muito contraditório às vezes. 
Mas, se quiserem saber, eu gosto de ser essa plena contradição, gosto de ser aquele guri louco que curte rock clássico e sabe ouvir um pagode, que não é muito fã de dançar, mas gosta de ir às festas, entre outras loucuras que deixariam nosso estimado amigo Freud intrigado.
Não sei que sou, mas estou descobrindo: sou o oposto de mim mesmo, mas disposto a me reconstruir, se eu disser que sei que sou é porque virei estático, mas não... A vida é movimento, se não se move, é porque morreu... É isso que sou, como diria Raul Seixas: uma "metamorfose ambulante". Espero que gostem do poema que deixo pra vocês hoje.

O que sei e não sei que sou

Quem sou?
Que sei que sou?
Será que sei?
Eu não sei...

Ora poeira, ora lama;
Ora aridez, ora grama;
Ora água, ora seca;
Ora abre, ora fecha...

Sei que sou... não sei
Se não sou nada.
Ora sou filho de rei,
Outrora sou filho de escrava.

Ora trabalho, ora cama;
Ora anônimo, ora fama;
Ora estátua, ora cena...
Horas orando, apenas.

Sei que ora sou nada,
Ora tudo, ora confusão;
Ora certeza, ora dúvida;
Ora sei que sou ou não...

Não sei que sou,
Mas há quem saiba
Ou acha que sabe que sou.
Mas será que sabe mais que nada?

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