tag:blogger.com,1999:blog-46689553626882987872024-03-05T06:24:48.019-08:00"Wesversando"... Lançando palavras às redesWesley Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/05296665087722879087noreply@blogger.comBlogger20125tag:blogger.com,1999:blog-4668955362688298787.post-32736899381587890582017-01-03T17:59:00.001-08:002017-01-03T18:00:45.696-08:00Tempo de tirar as teias de aranha...<i>Quando você passa bastante tempo sem aparecer em sua casa</i><i> as aranhas tomam conta, tecem teias, se reproduzem, a poeira sobe até níveis absurdos. </i><i>A casa pode parecer inabitável...</i><br />
<i><br /></i>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://sectam.files.wordpress.com/2011/08/size_590_teia-de-aranha.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="Resultado de imagem para teias de aranha" border="0" height="240" src="https://sectam.files.wordpress.com/2011/08/size_590_teia-de-aranha.jpg" width="320" /></a></div>
<i>Mas ocorre que essa ainda é a nossa casa e ninguém abandona uma casa porque se encheu de poeira, mesmo que já a tenha fechado por mais de dois anos...</i><br />
<br />
<i>Acontece que eu gosto dessa casa, vivi lindas aventuras aqui, rabisquei as paredes e planteis várias margaridas no jardim...</i><br />
<i>Bem, é tempo de tirar as teias de aranha, trazer de novo cor e poesia a esta minha casa, a casa dos meus versos, meu microuniverso particular, tempo de reviver meu cantinho de lançar palavras às redes, atendendo assim aos pedidos de muitos sonhadores que clamavam pela volta deste microcosmo.</i><br />
<i>Assim, inspirado por uma chuva mansa caindo ali do lado de fora da janela, tiro as teias de aranha dessa casa, lavando-a com uma chuva mansa de poesia:</i><br />
<i><br /></i>
<br />
<h2>
<b>A CHUVA MANSA</b></h2>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A brisa leve leva embora</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Leva embora o que nos pesa...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A chuva mansa vem e desmancha...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Castelo de areia frustrada e incerta..<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A brisa leva e a chuva prega<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A praga que cola e aguarda...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A chuva vem, aguardo na janela,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Aguarda a donzela e aguarda a flor...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A chuva cai com a brisa na relva,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Memórias caem e voam no chão...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Na varanda, poesia, flor e prosa<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Cantam a imensidão de ser quem sou!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Pois bem, meu bem e vida,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Que a brisa leve leve embora<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Tudo aquilo que nos pesa...<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Sigamos, chuva, mansa e sem pressa...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--</div>
<div class="MsoNormal">
<i>Assim, sejamos leves, deixa, destemido leitor, que a brisa leve tudo o que te pesa...</i></div>
<div class="MsoNormal">
<b>(É bom estar de volta em casa)</b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Wesley Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/05296665087722879087noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4668955362688298787.post-70683002673779736962014-10-11T08:53:00.002-07:002014-10-11T08:53:17.699-07:00Os apartamentos de Seu Álvaro<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Na esquina da Rua X com a Rua Y, logo ao lado da padaria do Seu Zé, há
uma pequena vila de apartamentos que pertence ao Seu Álvaro, um velhinho
rabugento que anda pra cima e pra baixo numa bicicleta velha que eu nunca
entendi porque nunca trocou por um carro se ele tem tantos apartamentos
alugados por aí.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Lá nos apartamentos do Seu Álvaro moram todo o tipo de pessoas que
desenvolvem uma relação engraçada: moram praticamente na mesma casa, divididas
em pequenas moradias apenas por paredes grudadas, mas separadas pelo hábito de
não se comunicar. Lá todo mundo só fala o básico com cada um e ainda assim dá
conta de dar conta da vida de todo mundo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
No 01 mora um rapaz solteiro, tem seus quarenta e tantos anos de
idade. Todo dia ele sai cedo, vestindo um uniforme amarrotado, geralmente com a
barba mal feita e uns óculos tortos. Ele trabalha numa loja de eletrodomésticos
no centro e nunca fica em casa, seu apartamento deve ser um lixo, pois as
janelas só são abertas uma vez por semana. Todos têm pena do pobre, pois deve
ser um homem muito sozinho, pois nunca recebe ninguém e nunca se ouviu falar
dele namorando, no entanto nenhum vizinho nunca o fez uma visita, nem nos
domingos, quando ele passa o dia inteiro dormindo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
No 02 mora um casal bem jovem, ela está grávida, mas tadinha: seu
corpo é tão pequeno e tão jovem que anda por aí arrastando aquela barriga que
só falta a dobrar ao meio. Todos dizem que os dois brigaram com os pais pra
morarem juntos, porque ninguém nunca viu os pais de nenhum dos dois vindo os
visitar. Todo dia os dois saem de moto pro trabalho ou pra faculdade, ninguém
sabe o que eles fazem, mas uma coisa eles sabem: essa criança não terá futuro,
pois com os pais provavelmente não terão como sustenta-la e, como os dois são
muito jovens, não saberão educa-la, pois uma criança não consegue criar outra.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
No 03 mora uma senhora de cinquenta anos que nunca se casou e
provavelmente nem sabe o que é ter afeto por alguém que não seja um pequeno
cachorro que divide o apartamento com ela. As normas da casa não permitiam
animais ali, mas quando se mudou para lá, a senhora fez um escândalo, pois o
pequeno animal era a única família que tinha. Pobre mulher solitária – era o
que todos diziam. Seu Álvaro, comovido deixou que ela levasse o cão. E até que
o animal é comportado, silencioso, calmo e o mais importante: quieto; faz bem
menos algazarra que as crianças gêmeas do 05.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
E no 04 mora ela: Beatriz, a mais bela e radical garota que há por
ali. Independente e sensual, sai de manhã vestindo roupas finas, carregando uma
maleta preta, um carro de vidros escuros todos os dias a espera, a leva e a
traz de volta no fim do dia. Há quem diga que ela é uma mulher de negócios, mas
a maioria a define como uma mulher da vida. Sobre ela as opiniões se dividem:
os homens estão interessados em suas pernas, as mulheres em suas roupas. Enfim,
de negócio ou da vida, Beatriz ainda é a mais bela.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
E finalmente o 06, onde não há ninguém, pois se houvesse alguém, este
seria visto, este seria ouvido, no entanto de lá só se ouvem sussurros durante
a noite e solidão durante o dia, de um ninguém que nunca é visto e nunca recebe
visitas, um ninguém frio e misterioso que ali reside.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O engraçado deste prédio é que todos se veem todos os dias, todos se
encontram e dão “Bom dia”, desde as irmãs costureiras do 07 ao velhinho tarado
do 12, no entanto pouco se conversa, pouco se entende e muito se fala. Cada
apartamento parece saber tudo do outro, pensando que devido às paredes serem grudadas, grudariam também
as vidas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
No apartamento de Seu Álvaro todos dão conta da vida de todos, mas
ninguém conhece ao fundo cada um... Mas ninguém não era o morador do 06? Será
que ninguém nunca se importou de verdade com a história de cada um enquanto
todos julgavam e imaginavam cada um? O que aconteceria se o rapaz do 01 saísse
um dia com Beatriz do 04? E se as crianças do 05 passassem um dia brincando com
o cachorro e a dona no 03? Quantas histórias as irmãs do 07 não terão para
contar?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="text-align: justify;">Mas não... Cada um vive sua vida até que se mude daquela espelunca.
Pois tudo o que eles mais querem é se livrar do aluguel e ter sua casa própria,
onde, livres das paredes grudadas, poderão viver sua vida, sem os vizinhos
estranhos a quem são obrigados a desejarem “Bom dia”.</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br />
--</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i>Bom, sem pós escritos longos hoje... Quem é ou tem esse tipo de vizinhos sabe muito bem como é saber e querer cuidar da vida um do outro, não é verdade? Um verdadeiro show de "fraternidade", afinal a grama do vizinho é mais verde e os nossos palpites na vida dos outros sempre é mais útil do que nas nossas próprias...</i><br />
<br /></div>
Wesley Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/05296665087722879087noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4668955362688298787.post-60558018478914050442014-10-05T04:41:00.001-07:002014-10-05T04:41:10.327-07:00O formigueiro<i>Hoje nós brasileiros encararemos nosso maior aliado e ao mesmo tempo maior inimigo: as urnas. Hoje é o dia em que nós somos convidados (leia-se convocados, obrigados, etc.) a comparecermos às nossas Zonas Eleitorais para ali exercer nosso papel de cidadãos deste Estado democrático, apertando uma série de números que culminará na eleição de nossos futuros governadores, presidentes, deputados estaduais e federais e senadores.</i><br />
<i><br /></i>
<i>Um dia importante por sua graça e periculosidade. Um voto errado faz toda a diferença, pois fazemos parte de um grande sistema que envolve do mais pobre ao mais rico, do favelado ao morador de um condomínio de luxo, enfim, de todos nós, brasileiros e brasileiras.</i><br />
<i><br /></i>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmrUM4dsR62kNS9rKbQrd6-ajLU4AHrg8cYdy0a0q6pQtZ5zibTLzA2AUK_S5nfIoYoafSiQNhaAKuztZOd-TtEootJWuIAnG4Flnnt2TKyJsO2Jk2yATXuZNlfsURqQPMpbdzpwiudfc/s1600/DSCF6931.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmrUM4dsR62kNS9rKbQrd6-ajLU4AHrg8cYdy0a0q6pQtZ5zibTLzA2AUK_S5nfIoYoafSiQNhaAKuztZOd-TtEootJWuIAnG4Flnnt2TKyJsO2Jk2yATXuZNlfsURqQPMpbdzpwiudfc/s1600/DSCF6931.JPG" height="240" width="320" /></a><i>O que eu queria realmente para hoje é aquele nacionalismo que presenciamos na Copa do Mundo, creio que ele combinaria mais com o dia de hoje do que com a derrota catastrófica da seleção brasileira para a seleção alemã, até porque ainda busco algo de realmente importante no caráter prático social que a seleção tenha feito por nós. Queria que nessas eleições, julgássemos candidatos como julgamos técnicos e jogadores de futebol, que possamos analisar sua performance em outras partidas, suas condições físicas e psicológicas para desempenhar esse papel importante: defender a camisa verde e amarela dos Poderes Executivo e Legislativo.</i><br />
<i><br /></i>
<i>Se você sabe que seu "jogador" já perdeu várias partidas, usa algum "medicamento" ilegal pra estar lá e não consegue se encaixar com o padrão de qualidade da seleção, então, não o coloque lá dentro. Não cometa o erro do Felipão, porque pior que perder para a Alemanha, será perder mais quatro anos da nossa política nacional.</i><br />
<i><br /></i>
<i>O poema de hoje se chama "O formigueiro". Quem me acompanha no facebook já deve conhecê-lo, pois o divulguei a pouco tempo lá, no entanto eu creio que ele combina perfeitamente com o dia de hoje. Então, com vocês a minha descrição de uma sociedade muito organizada: a comunidade das formigas!</i><br />
<i><br /></i>
<i><b><span style="font-size: large;">O Formigueiro</span></b></i><br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
A criança
criadora curiosa<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Se levanta e
assenta pra avaliar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
A válida
imagem<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Da pequena
sociedade singular.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Formigas
formando seus pares,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Formigas que
formam um lar,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Formigas de
vários lugares<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Formando em
seu laborar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Rodeiam o Formigueiro-Estado,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Rodeadas de
pompa salutar,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
As
formigas-soldados armados,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Preparadas
pra morrer ou matar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Dormem sem
glórias ou honras,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Sonham com
formigas em suas camas...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Não sabem ao
certo a que horas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Serão
esmagados por honras e famas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Exploradoras
saem trilhando,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Se achando
as formigas da história,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Expandindo
seus territórios<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Tecendo
novas trilhas e glórias.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Desenvolvem
métodos e teses,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Tecendo
assim novas necessidades,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Tecnologias,
técnicas e antíteses,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Tão
necessárias quanto inúteis na verdade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Formigas
operárias saem de madrugada,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Carregando
seus pesos pela sociedade,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Construindo
túneis, móveis e montes de nada,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Nem se
lembram se dormem cedo ou tarde.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Formigas buscando comidas,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Formigas parecendo escravas:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Trabalham pra salvar suas vidas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ou pra engordar a rainha e suas larvas?<span style="display: none; mso-hide: all special;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<o:p> </o:p>Formigas de sábado à noite,</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Açucaradas e embriagadas:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Esquecem operários e açoites<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Esquecem-se se são rainhas ou soldados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Uma ou outra cria coragem:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Agride o destino com força,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Para que as outras ao menos tentem...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Mas formiga boa é formiga burra...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Quão louca é esta formiga:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Formiga nasceu para a trilha!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Pra que arrumar uma briga<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Se todos são da mesma família?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
E assim prossegue o formigueiro-Estado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
A rainha o observa do alto,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Cansada desse seu árduo fardo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
De engordar-se do sacrifício de tantos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Formigas morrem dia-a-dia,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
As outras quase nem percebem,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Pois enquanto uma morria<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
O sistema a repunha imediatamente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Porque o formigueiro não para.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
O formigueiro persiste.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
E a criança criadora curiosa observa<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Essa sociedade que insiste.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Curiosa observa, se impressiona,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Observando por um longo segundo...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
E ali, observando atenta, exclama<o:p></o:p></div>
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Que as formigas já dominaram o mundo.</span><br />
<i><br /></i>Wesley Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/05296665087722879087noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4668955362688298787.post-67676389309471346242014-10-02T13:09:00.000-07:002014-10-02T13:09:00.280-07:00Ao centenário de Porto Velho: "Sobre os amantes ao Pôr do sol"<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjA6YJSHekLN5tRCbjQ1NcWZsjjErq1-yGlUX3pcycD47ESszXAMck6CJd6XEZPBbveAxIOpUe3IaINejDWR2HagP_JlamJHJeRsxmEP9mfEtZGRtQSRwNWDtlhnZo1T0i6umCY6_NOlfE/s1600/2013-07-08+18.03.39.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjA6YJSHekLN5tRCbjQ1NcWZsjjErq1-yGlUX3pcycD47ESszXAMck6CJd6XEZPBbveAxIOpUe3IaINejDWR2HagP_JlamJHJeRsxmEP9mfEtZGRtQSRwNWDtlhnZo1T0i6umCY6_NOlfE/s1600/2013-07-08+18.03.39.jpg" height="240" width="320" /></a><i>Porto Velho completa hoje o seu centenário. Cem anos de uma história que muitas vezes segue esquecida.</i><br />
<i><br /></i>
<i>Centenário... Cem ter nada... Sem ter nada... </i><i>Sem um povo que de fato a ame, a conheça e valorize aquilo de bom que ela tem a oferecer, sem políticos verdadeiramente comprometidos com ela e tantas outras coisas que me desagradam citar.</i><br />
<i>Mas hoje não é um dia pra pensamentos negativos, pelo contrário: é um dia de esperanças. São cem anos de histórias, seja ela boa ou ruim, cem anos de um município pelo qual sou completamente apaixonado.</i><br />
<i>Falo isso com sinceridade: já tive a oportunidade de viajar para muitos lugares e conhecer outras pessoas e ambientes, mas confesso que minhas raízes serão sempre mais fortes. Tomei água do Madeira desde o dia em que nasci, se a lenda for verdadeira, aí sim que nunca terei vontade de deixar completamente esta terra banhada pelo soberano rio.</i><br />
<i>E é por isso que hoje resolvi postar esta poesia, que eu escrevi nos tempos de escola em uma aula de história regional, confesso que que foi difícil encontra-la perdida entre várias lembranças que sinceramente nem me recordava da existência, mas a nossa "velhinha" merecia e eu gostei desse texto na época e espero que vocês também gostem.</i><br />
<i><br /></i>
<i>Parabéns, Porto Velho! Para os próximos 100 anos te desejo mais pessoas verdadeiramente apaixonadas e comprometidas com essa terra, suas belezas, suas gentes e sua cultura (que existe e é a beleza da mistura de tantas outras)!</i><br />
<i><br /></i>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<b><span style="font-size: large;">Sobre os amantes ao Pôr do Sol</span><o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Antigo e sinuoso ele estava</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
e enquanto ela nascia, observava.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Sereno, amante e silencioso, cobiçava.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
E ela, ao crescer, se insinuava.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ele, vomitando suas riquezas, a cortejava.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ela, cobrindo-se desse ouro, se alegrava.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Vinham invejosos e saqueavam</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
e deste ouro presenteado quase nada deixaram.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ela, crescendo, o abraçava.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ele, encantado, admirava.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
E, mesmo quando seus ouros não mais encantavam,</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
fez questão de carregar o luxo branco que dela levavam.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ele, violento, as vidas dos outros amantes ceifava.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ela, mãe que era, dos sobreviventes tratava.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
E ainda nessas tormentas, riquezas ambos juntavam,</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
mas diziam serem loucos os que ao encontro deles migravam.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ela, enfeitando-se de aço, novo amante aceitava.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ele, silencioso, ainda ao seu redor caminhava.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
E assim os tesouros que antes a ele confiavam,</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
ao novo amante, o fumegante, agora entregavam.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ele, insistentemente a acariciava.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ela, sorridente e mudada, com seu corpo o entrelaçava.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Os aços no corpo dela, agora se enferrujavam</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
e os amantes fumegantes, corroídos, no esquecimento se apagavam.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ela, mais velha, porém jovem, ainda o abraçava.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ele, em suas correntes, levemente a devorava.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Eles ainda vão juntos ao horizonte, onde os céus se alaranjavam,</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
abraçados num abraço eterno sob as luzes que desiluminavam.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ele, o Madeira, correndo enquanto o sol poente o dourava.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ela, a Porto Velho, sob as cores do sol que em seu corpo banhava.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Eles, amantes eternos, que a tantos sóis se banharam,</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Esperam, no fim do dia, o amanhã secreto que até hoje aguardam.</div>
Wesley Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/05296665087722879087noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4668955362688298787.post-5310818941578282792014-09-30T16:52:00.001-07:002014-09-30T16:52:08.698-07:00Julgados<i>Dando corpo àquele velho ditado popular, "quem é vivo sempre aparece", aqui estou eu novamente lançando mais uma gama de palavras às redes através desse blog. Confesso que nas semanas passadas, algumas dificuldades e problemas pessoais me tiraram um pouco a vontade de escrever, mas eis que volto, depois das tempestades, para aproveitar A brisa leve e a maresia da minha mente para trazer uma poesia para aqueles que se aventuram a acompanhar as minhas "viagens mentais".</i><br />
<i><br /></i>
<i>Recentemente percebi um aumento da discussão quanto à homofobia nas redes sociais, motivadas pelas polêmicas manifestações de determinado candidato à Presidência da República. Por esse motivo, escolhi marcar meu retorno com este texto que escrevi há algum tempo. O tema geral é a mudança dos tempos, as novidades que a pós-modernidade nos traz nas mais diversas esferas nas famílias, nas relações, nas instituições, na própria fé e outros (são tantas que talvez nem caberiam neste espaço).</i><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhikvKYlfHKKu1clwHDEtQnRwj9oEtJIv0ATcp9IFiXUnwFmpPfJqNJ174VTpAtuj6xEy98IQ6-_5AgRt7KxQZ9FIbWQPlSVvzuxlRCpSZUY22dl-LSOrV8hqakbjJ99WyKPatQ4Zb8OY8/s1600/DSCF5114.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhikvKYlfHKKu1clwHDEtQnRwj9oEtJIv0ATcp9IFiXUnwFmpPfJqNJ174VTpAtuj6xEy98IQ6-_5AgRt7KxQZ9FIbWQPlSVvzuxlRCpSZUY22dl-LSOrV8hqakbjJ99WyKPatQ4Zb8OY8/s1600/DSCF5114.JPG" height="180" width="320" /></a><i><br /></i><br />
<i>Eu venho observando nas redes sociais (virtuais e reais) as mais diversas reações em relação a essas mudanças, da aceitação radical à negação radical, de forma branda e violenta, são diferentes formas de manifestar opiniões.</i><br />
<i><br /></i>
<i>Considero exageros sempre maléficos, como ditava o filósofo grego Aristóteles, o excesso ou a deficiência geram vícios, não virtudes, creio que pode ser aplicada aqui: não quero me posicionar aqui como pró ou contra aborto, casamento homossexual, eutanásia, cultura de massa e tantas outras discussões que afloram com essas novas gerações. Pelo contrário: quero achar o balanço, a estabilidade, através da compreensão de que os tempos mudaram, os tempos avançam e não somos capazes de segurar este fluxo, resta-nos apenas refletir quais as maneiras menos danosas para viver estas mudanças.</i><br />
<i><br /></i>
<i>Enfim, já enrolei demais e, se não me segurar, vou acabar esquecendo de colar aqui a poesia. Espero que gostem.</i><br />
<i><br /></i>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="font-size: large;">Julgados</span><o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Onde estão
os versos sinceros?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Onde estão
as cartas de amor?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Diga a eles
que eu os espero<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Num jardim
escasso de flor.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Diga aos
versos que as palavras mudaram,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Avisem ao
poeta que o amor saiu de moda,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Peça que
esqueçam o que compuseram,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Pois a vida
girou qual velha roda.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Manda dizer
que nasceu morango na jabuticabeira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
E que as
ondas do mar não mais chocam,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Avisa que
esta não será a primeira,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Mas a última
das damas que choram.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Pergunte à
dama chorosa porque ela chora,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Se é pelo
cravou ou pela rosa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Se ela te
responde, tens glória,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Mas o que
dirás, então, à chorosa?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Dirás que
rosa é rosa e cravo é cravo? </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Que morango
não dá em jabuticabeira?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Acaso te
esqueces que um dia foste escravo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Daquela
velha e má conselheira?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Se está
errado, diga em que<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
E me prove
que estou enganado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Tenho culpa
do sofrimento que vês<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Antes do
trânsito em julgado?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Como
condenar um condenado?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Avise ao
poeta: as rimas mudaram.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Quem sabe um
verso desencantado</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Não cure a
incerteza dos que a julgaram?</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<o:p></o:p></div>
Wesley Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/05296665087722879087noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4668955362688298787.post-86054655097037341802014-09-16T14:28:00.000-07:002014-09-16T14:28:22.160-07:00Papo com uma estrela<div style="text-align: justify;">
<i>Nosso planeta é apenas um grão de poeira lançado num mar infinito que nossa racionalidade chamou de universo, resultado de uma explosão que, segundo os físicos, aconteceu no "t=0", ou ainda, segundo os religiosos, aconteceu "No princípio", sem contar outras diversas variações dessa mesma história.</i></div>
<div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhXn8QxIAMp76rCJ5P-F9HNS5dgAf2Wkk9s8VD9txFrWFPZJEVHPwNd5cmDH8NlCW7Z5RFG30wDxXdzdCCJj93VSjX6YS3CcUxMv9XmWGK_wXsVY8ODB_6DMdB84HVUz2Eakqrq_XVOHg/s1600/2013-11-13+10.06.56.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhXn8QxIAMp76rCJ5P-F9HNS5dgAf2Wkk9s8VD9txFrWFPZJEVHPwNd5cmDH8NlCW7Z5RFG30wDxXdzdCCJj93VSjX6YS3CcUxMv9XmWGK_wXsVY8ODB_6DMdB84HVUz2Eakqrq_XVOHg/s1600/2013-11-13+10.06.56.jpg" height="240" width="320" /></a><i><div style="text-align: justify;">
<i>Mas pule por favor esta parte de discutir sobre o início, pois creio que ele permanecerá sempre obscuro, de certa forma, para nós que vivemos no presente, e pousemos nosso olhar neste grão de poeira do qual falamos agora: entre a infinidade de galáxias, uma - a Via Láctea; dentro dessa uma galáxia, um planeta - a Terra - misteriosamente bem posicionado o suficiente para gerar a vida; dentro desse planeta, sete bilhões de animais "mais desenvolvidos" - a raça humana - com o incrível dom chamado de razão; dentre estes sete bilhões de seres humanos, um homem - eu - sentado em frente a um computador, escrevendo um texto sobre a própria existência...</i></div>
</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Quis fazer esta breve viagem do universo até mim para tentar instigar em você, corajoso leitor, a mesma inquietação que tive ao escrever a poesia de hoje: como podemos ser assim tão importantes em nossa individualidade se considerarmos nossa pequenez diante de tudo o que existe? Somos apenas poeira das estrelas, mas ainda assim somos importantes de alguma forma, caso contrário, nem sequer faria sentido a existência... </i><i>Mas, então: Por que existimos? Qual o nosso papel no universo? Quem somos nós?</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Não sei. Milhares de pensadores morreram tentando responder essas questões e nem todos conseguiram, e os que conseguiram não são aceitos como totalmente corretos... Por enquanto me contento apenas com esta frase: "<u>Somos o que somos: poeira das estrelas, escolhidos pelo Sol para possuir quase tudo, ou seja: quase nada</u>".</i></div>
<div>
<i><br /></i></div>
<div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<b><span style="font-size: large;">Papo com uma estrela</span><o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Boa noite, pequena estrela!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Quão engraçada tu és:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Brilhas sem que alguém te acenda<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
E, às vezes, ninguém te vê.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ninguém te pede: “Vem”,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ninguém te ordena: “Vai”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Brilhas às vezes a ninguém,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Mas insistes em teu “vem e vai”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Brilhas guiando nos mares<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Os navios sem seus sonares<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
E, dos poetas perdidos em ilusão,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Volta e meia tu és inspiração.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Daqui onde estou<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Te meço com dois dedos;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Daí onde estás<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Eu nem sequer existo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Somos o que somos:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Poeira das estrelas,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Escolhidas pelo Sol pra possui quase tudo,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ou seja, quase nada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Somos o que somos:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Reflexos das estrelas...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Brilhamos, caímos e apagamos,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Perdidos nesse acende e apaga.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Somos o que somos:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Nós somos estrelas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Marrons, super-novas e anãs-vermelhas...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Somos e não somos estrelas.<o:p></o:p></div>
</div>
Wesley Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/05296665087722879087noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4668955362688298787.post-49290462242259236852014-09-14T21:03:00.001-07:002014-09-14T21:03:16.771-07:00Uma missa de domingo<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O sino da catedral soou às seis da manhã chamando desesperadamente
todos os fiéis para a missa. Pessoas engomadas e enfeitadas começaram a sair de
suas casas, chegando de carro, estacionando na praça, puxando e empurrando seus
filhos. Alguns já haviam chegado mais cedo, estavam ajoelhadas nos
genuflexórios dos bancos, olhando para dentro de si, rezando pelos seus, pelo
mundo ou por nada. As crianças sonolentas sentavam nos bancos, escoradas nos
pais, sem entender metade do que estavam fazendo ali, torcendo pra que acabasse
logo pra poder passar o resto do dia no computador ou no vídeo game, outras apreciavam
a infinidades de pinturas que rodeava paredes, vitrais, abóbodas e até o
próprio piso: que obra arquitetônica digna do rei que ali reside!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O sino toca pela última vez, anunciando a todos que a missa iria
começar: cruz, velas, incenso, coroinhas, leitores, ministros e padre, mais ou
menos nessa formação, caminharam solenemente até o altar iniciando a tão
esperada celebração.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Estava mais ou menos na metade quando eu cheguei. Estava sujo e
fedido, com minhas vestes rasgadas e os pés rachados de tanto caminhar sem rumo
pelas ruas de tantos lugares que nem sequer lembro direito, o corpo cheio de
feridas de quedas e de chutes que me davam enquanto eu dormia, quando me xingavam
de vagabundo e mandavam trabalhar pra conseguir comida. Enfim, não estava tão
bonito quanto todos que estavam ali dentro, e por este motivo me sentei na
porta e respirei fundo, esperei a celebração acabar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzenpvgrf3n8NXzhK0rha-OhbdxLGVZSwS1-2CL2a-7oBYDvfLQiNjxD5lOlb_7u3KjjCZjeePmpmAz8yIA1csRq21Z_lhr5LnNolgb4Zzn0C9bzKhkJsRyXBtJK-BGlkrLagefQC4i2g/s1600/DSCF1882.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzenpvgrf3n8NXzhK0rha-OhbdxLGVZSwS1-2CL2a-7oBYDvfLQiNjxD5lOlb_7u3KjjCZjeePmpmAz8yIA1csRq21Z_lhr5LnNolgb4Zzn0C9bzKhkJsRyXBtJK-BGlkrLagefQC4i2g/s1600/DSCF1882.JPG" height="240" width="320" /></a>- Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe! – disse o padre, e o povo
evaporou pelas portas, conversando alto ou ignorando uns aos outros, de um modo
que eu não compreendi. Estendi a mão, não pedindo dinheiro, mas pedindo atenção
(às vezes eu esqueço que sou invisível para muitos), se bem que dessa vez
alguns me olharam e jogaram moedas na minha direção, recolhi, agradecendo com
os olhos e eles foram embora.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Continuei sentado, respirei fundo novamente, ouvi passos – minha vista
não estava tão boa naquele dia – olhei para dentro da igreja, o padre vinha
conversando com duas senhoras. Falavam de coisas bonitas que iriam acontecer no
final de semana seguinte: festa do padroeiro, entradas solenes e a presença do
bispo. Eu sorri pra mim mesmo: com certeza estes me dariam atenção, ergui-me
sobre os joelhos e estendi as mãos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
As senhoras deram dois passos para trás do padre, assustadas com minha
audácia, enquanto eu de mãos estendidas, não conseguia falar nada. O padre, um
senhor alto, usando roupas sociais de alguma marca que eu nunca havia vestido e
com certeza não vestiria (é muito difícil achar esse tipo de coisa no lixo),
sacou do bolso uma carteira e me deu uma nota: dez reais. E sorrindo
despediu-se desejando que Deus me abençoasse a que respondi “Amém”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Um senhor veio atrás fechando as portas e anunciando que eu não
poderia ficar ali, que o horário tinha avançado, mas que podia vir no dia que
distribuem o sopão. Olhei nos olhos dele, ele desviou, trancou as pesadas
portas e seguiu seu rumo, me deixando ali, parado numa praça cheia de gente e
vazia de sensibilidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Sentei-me no chão, no centro da praça e comecei a chorar chamando por
minha mãe. Sim, sei que estou velho demais pra isso, mas quem não gosta de
chamar a sua mãe num momento como estes?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
E aí ela veio: vestida em trapos, com um lenço cobrindo a cabeça, me
abraçou e me ergueu do chão, tirando a poeira da minha barba mal feita e com um
sorriso, olhando nos meus olhos, disse:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
- Meu filho, meu Jesus, não fique assim! Quem sabe na próxima eles te
reconhecem?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
--</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i>Alguém foi à missa ou ao culto ou a outro rito religioso esse final de semana? Se sim, deixo essa crônica, hoje mais voltada aos colegas que, assim como eu, são cristãos, mas que deve ser lida e interpretada por todos.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i>O que realmente move a "tal" da nossa fé? Em quem acreditamos e será que vivenciamos de verdade o que acreditamos?</i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i>Este homem, chamado Cristo, deixou apenas um mandamento na sua "Lei": amai-vos. Simples e singelo, porém desafiador.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i>Espero que tenham gostado dessa crônica, e mantenhamos os olhos abertos, para que em nossas orações e celebrações não deixemos de fora aquele que deveria ser o centro...</i></div>
Wesley Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/05296665087722879087noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4668955362688298787.post-8887681301801786282014-09-11T20:04:00.000-07:002014-09-11T20:04:25.365-07:00Ser tudo e nada ser<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2BFD_zuCEbWs8aq_ImNngByG6LzVeKqrIaUMtCElCc2wNk_Vq0HSvfsub9i-PIFWtSXILalnHDyVeP9np02muoX6VT2hp5EHK2JXa4lU8t3PAldObXLd9Tn-vnk_QNOjyveHFevzuexs/s1600/10603362_1472293059724455_4088483739259968927_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2BFD_zuCEbWs8aq_ImNngByG6LzVeKqrIaUMtCElCc2wNk_Vq0HSvfsub9i-PIFWtSXILalnHDyVeP9np02muoX6VT2hp5EHK2JXa4lU8t3PAldObXLd9Tn-vnk_QNOjyveHFevzuexs/s1600/10603362_1472293059724455_4088483739259968927_n.jpg" height="320" width="240" /></a><i>Então, queridos leitores, ontem eu dormi com 21 anos e hoje eu acordei com 22. E assim mais um ciclo se completa...</i><br />
<i>Não sou muito fã da contagem dos anos. Sinceramente nem acredito muito na possibilidade de contar realmente o tempo e acho que essa é apenas uma tentativa (um tanto quanto frustrada) do ser humano de tentar controlar seus predadores naturais: o tempo e a morte.</i><br />
<i>No entanto, eu gosto de aniversário, gosto de gravar datas comemorativas, porque é algo consagrado pela nossa cultura e revela a importância. A data de hoje, por exemplo, mais que lembrar o meu nascimento, lembra a caminhada que passei para chegar até aqui e lembra que ainda tenho muito mais caminho pela frente...</i><br />
<i>Enfim, guardemos a nostalgia para mim mesmo e prossigamos com o poema.</i><br />
<i>Esse talvez seja um dos mais antigos poemas que eu tenho guardado. Eu o usei no meu finado (e vergonhoso) Fotolog, depois ele passou a ser a minha descrição no também finado Orkut, de alguma forma eu acho que ele diz um pouco sobre mim (lembram de quando eu falei que me identificava com a contradição). É um texto breve, espero que gostem e feliz aniversário pra mim!</i><br />
<i><br /></i>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcZk6AFuJxyn3QuWcOaz3xGfSE9fHWRSDdvpfqAhQh7APuEtcTPHzS0ZEmui3jMePicnI3hnliSAvEOKD4SPDaBTjJ5aeUQRGMLtezK7tPO94xCb8JQebtg1IB6nY6vucAzSN50ZFEyeg/s1600/1504070_699907066753738_7146744488019566328_n+(1).jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcZk6AFuJxyn3QuWcOaz3xGfSE9fHWRSDdvpfqAhQh7APuEtcTPHzS0ZEmui3jMePicnI3hnliSAvEOKD4SPDaBTjJ5aeUQRGMLtezK7tPO94xCb8JQebtg1IB6nY6vucAzSN50ZFEyeg/s1600/1504070_699907066753738_7146744488019566328_n+(1).jpg" height="320" width="213" /></a><i><b><span style="font-size: large;">Ser tudo e nada ser</span></b></i><br />
<br />
Sou do vento<br />
A brisa e o furacão.<br />
Do tormento<br />
Sou o pranto e a canção.<br />
<br />
Sou a vida,<br />
Sou a morte.<br />
Sou o azar<br />
E sou a sorte.<br />
<br />
Sou tudo que amam.<br />
Sou tudo que odeiam.<br />
Mas agradá-los não almejo.<br />
<br />
Enfim...<br />
Sou tudo.<br />
No fim: nada!<br />
<br />
<i><b><span style="font-size: large;"><br /></span></b></i>Wesley Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/05296665087722879087noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4668955362688298787.post-44053474170661402102014-09-10T12:21:00.003-07:002014-09-10T12:21:30.992-07:00Sobre os segredos dos poemas<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeaBDiHUZ59MRsUUxEoGCOYLBO8bL7TxvEzmKXLGUKYUCXUbOivJ_FWMah2zYrsmnN5Y0lSQcrauHqObmFzBnQeRW-7eqv1rvxMZdpnPK61-fbs37Iia6c3K2DjQjVD53V0d5vwF4Dqog/s1600/DSCF7905.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeaBDiHUZ59MRsUUxEoGCOYLBO8bL7TxvEzmKXLGUKYUCXUbOivJ_FWMah2zYrsmnN5Y0lSQcrauHqObmFzBnQeRW-7eqv1rvxMZdpnPK61-fbs37Iia6c3K2DjQjVD53V0d5vwF4Dqog/s1600/DSCF7905.JPG" height="240" width="320" /></a><i>Uma vez presenteei uma namorada com uma poesia minha. Era um texto bonito que falava sobre o amor e a necessidade da entrega e, apaixonado como estava, fiz questão de lhe dar o manuscrito, com suas rasuras e tudo mais. No entanto, ao dar este maravilhoso presente, eu esqueci de um pequeno grande detalhe: eu tenho o hábito de datar os meus textos.</i><br />
<i><br /></i>
<i>Resumindo a história: a data que estava na poesia era muito anterior ao nosso re</i><i>lacionamento. Com todo respeito às nossas queridas leitoras, mas minhas experiências com relacionamentos ensinaram que às vezes uma vírgula vira uma frase na cabeça de uma mulher ciumenta. Foram dias e semanas me perguntando para quem eu tinha escrito aquela poesia e eu, sem graça e sem respostas, falava que não lembrava e que talvez nem fosse pra ninguém, e tentei dar uma explicação bonita de como aquele texto podia ter outros significados que não fossem românticos (ou sexuais).</i><br />
<br />
<i><br /></i>
<i>Mas por que estou contando essa história? </i><i>Porque logo em seguida a esses fatos escrevi o texto que posto hoje. </i><br />
<i><br /></i>
<i>Numa tentativa desesperada de me explicar, escrevi um poema sobre os versos que não conseguem ser decifrados e que só fazem sentido na cabeça de quem os escreve. Espero sinceramente que gostem.</i><br />
<i><br /></i>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="font-size: large;">Sobre os segredos dos poemas</span><o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Pobre verso
incompreendido,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Pobre
rascunho rasurado,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Pobre
rabisco pós-escrito:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Jamais serão
interpretados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Quem saberá
a verdade<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Que o poeta
ocultou?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Qual será a
realidade<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Que atrás do
verso orquestrou?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Há quem diga
que é amor<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Os versos
que ele versou,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Para outros
são versos de dor...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
No entanto
só o sabe o autor.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Só ele
entenderá as risadas,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Se eram de
gozo ou rancor...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Se foram
irônicas as toadas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Que falavam
sobre o condor.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Eis teu
sorriso versado:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Ali onde o
poeta riscou.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
No entanto,
só ao poeta é sabido<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Se no verso
foi amigo ou amou.<o:p></o:p></div>
Wesley Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/05296665087722879087noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4668955362688298787.post-42826923600429767332014-09-08T13:40:00.000-07:002014-09-09T20:19:43.361-07:00O balanço<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLwLhSfg1MGJEywUmNmF4tPJXIQnMJ0aDyUslNkvfHZ8ocNtIPicKuLdrPpscM1GnHONl1J8AVEa56uItwidJ4k5q3-0WpHd0YueoMOUQ-WdBKFPsLld_Burgk6ot0Z8YdjiR-GfdOwvE/s1600/2013-01-06+13.50.23.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLwLhSfg1MGJEywUmNmF4tPJXIQnMJ0aDyUslNkvfHZ8ocNtIPicKuLdrPpscM1GnHONl1J8AVEa56uItwidJ4k5q3-0WpHd0YueoMOUQ-WdBKFPsLld_Burgk6ot0Z8YdjiR-GfdOwvE/s1600/2013-01-06+13.50.23.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Quando eu era criança havia um balanço numa árvore em frente à minha
casa. Quase todos os dias eu e meus primos nos estapeávamos pra ver quem ficava
no balanço... E isso era muito divertido. Eu era o mais alto, às vezes ganhava,
mas meu irmão era o mais esperto, às vezes me tapeava e ficava no balanço no
meu lugar. Então nos estapeávamos de novo, até que um de nós subisse ao trono
glorioso do balanço.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Mas o que havia de especial no balanço? Bem, éramos sete crianças que
tínhamos uma obsessão por aquele balanço e para nós ele parecia especial. Eu,
por exemplo, amava balançar mais e mais alto, fingia que conseguia alcançar as
nuvens e trazia pedaços delas para meus primos, contando aquela velha história
de que as nuvens eram algodão-doce, todos saboreávamos e nos empanturrávamos
dessa deliciosa receita imaginária, até que alguém me puxasse pra baixo e outro
subisse no balanço. Subia então uma de minhas primas, que se balançava e dizia
que era uma fada, que ia voar bem alto e fazer encantos pra deixar todo mundo
feliz. E todos nós ríamos, porque o feitiço havia funcionado ao menos com a
gente, porque pra nós parecia tão simples ser feliz.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
No final da tarde, quando a gente chegava da escola e corria pra
chegar no balanço, muitas vezes nos frustrávamos, pois era o horário em que
geralmente a minha tia encontrava o namorado e o balanço era dos dois, ela
sentava no colo dele e os dois balançavam devagarzinho, trocando beijos e
carinhos, promessas e juras de amor, queriam casar logo, ter filhos e uma
casinha, começando pequena e depois ampliando. Nós ficávamos olhando de longe e
rindo daquilo tudo, pois beijos pareciam tão nojentos e romances pareciam tão
engraçados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Com o balanço ocupado, íamos tomar banho, depois voltávamos: o balanço
estava vazio, então corríamos pra árvore. Quem não subia no balanço, subia
pelos galhos (todos éramos craques nessa habilidade). No balanço éramos reis,
rainhas, príncipes, princesas, super-heróis e monstros, piratas e
desbravadores, e éramos tudo e, acima de tudo, éramos simplesmente felizes.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Ficávamos até altas horas da noite, de vez em quando passava um carro
na rua, os vizinhos quando nos viam nos cumprimentavam, de alguns até
zombávamos, de outros tínhamos medo, e nos escondíamos quando passavam, mas não
lembro de nenhum deles nos fazendo nada de errado, nada de mal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Mas muito tempo passou, não há mais árvore, não há mais balanço. Meus
primos cresceram, alguns casaram, outros estão trabalhando, uns foram para
outras cidades e eu fiquei por aqui, vendo o verde virando concreto e a
liberdade virando violência numa cidade que foi crescendo e cortando seus
balanços.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Tomo o mesmo café todo dia, vou ao mesmo prédio onde trabalho, não
tenho balanço e nem árvore no meu escritório, só uma cadeira com rodinhas e uma
mesa com papéis e mais papéis empilhados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Vira e mexe eu olho pela janela e olho uma casinha que tem ao lado,
mísera construção diante de tantos prédios. Tem uma bela árvore na frente dela,
mas nenhum balanço: que desperdício! Olhando aquela casa eu fico lembrando da infância,
de mim, de meus primos e de como a vida era simples...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
“Quem me dera ter um balanço numa árvore”, penso eu em meio aos papéis
do escritório e imerso nos problemas do trabalho e de casa, “o balanço tinha
uma magia diferente que fazia a vida, que é assim tão complicada, ser tão mais
simples”.<br />
--<br />
<br />
<i>No início dessa semana, quis com essa crônica relembrar a simplicidade que era nossa vida nos nossos dias de infância.</i><br />
<i>Ainda lembro com certa clareza (e um pouco de fantasia) o modo simples que a vida era nos nossos olhos infantis e sonhadores, não haviam problemas, não haviam metas ou objetivos, apenas sorrisos e as lágrimas eram de incompreensão ou de joelhos ralados, que também deixam suas cicatrizes. </i><i>Crescemos, somos adultos e temos nossas responsabilidades, as cicatrizes de antes levavam um tempo até sararem, as de hoje também, embora pareçam incuráveis.</i><br />
<i>Talvez seja essa incrível arte de ver a vida com os olhos de uma criança um segredo para uma vida um pouco menos dolorosa: o balanço é metafórico, ele não tem poderes mágicos, a magia acontecia nos olhos e sorriso daquelas crianças que haviam compreendido que podem ser simplesmente felizes... Como relembrar essa habilidade de ser feliz?</i><br />
<br /></div>
<o:p></o:p>Wesley Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/05296665087722879087noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4668955362688298787.post-27061463156701038422014-09-06T14:57:00.000-07:002014-09-06T14:57:18.820-07:00Antes tudo era Verbo<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0D5Cg7GiEmYo7-jSAxFpCMJHYK8NHKsW1Gwt995gpytFIIw4YfkIHE-fWZ6_F0tRXDWFFAsf48ceA73k9oywVGGni27th4m6Gh3mIxNA9sMbT1vZ-YT_vIMrNzv3DkA19DFP5pcJN-bs/s1600/DSCF7041.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0D5Cg7GiEmYo7-jSAxFpCMJHYK8NHKsW1Gwt995gpytFIIw4YfkIHE-fWZ6_F0tRXDWFFAsf48ceA73k9oywVGGni27th4m6Gh3mIxNA9sMbT1vZ-YT_vIMrNzv3DkA19DFP5pcJN-bs/s1600/DSCF7041.JPG" height="240" width="320" /></a><i>Recentemente tive algumas discussões muito interessantes com uma amiga, depois com alguns colegas da faculdade sobre o tema: "Quem é Deus?" e dentro desse descobrir quem é Deus, qual é o verdadeiro papel das religiões nesse caminhar.</i><br />
<i><br /></i>
<i>Bem, aos leitores que não sabem, eu sou católico, mas não pensem que eu sou do tipo mente fechada, na verdade, minha visão sobre religião é bem ampla e aberta ao novo, o que algumas vezes acarreta crises existenciais muito interessantes.</i><br />
<i><br /></i>
<i>Fora o papo religioso, acredito numa verdade universal, uma inteligência (ou essência se preferirem), que se revela continuamente à humanidade, que chamamos de Deus, Alá, Shiva, como preferir.</i><br />
<i><br /></i>
<i>O poema de hoje fala disso e da busca de Deus dentro de onde ele pode ser encontrado: em tudo e, principalmente, dentro de cada um de nós.</i><br />
<i><br /></i>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="font-size: large;">Antes tudo era Verbo</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Tudo um dia
foi verbo,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Antes que
tudo fosse carne,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Antes que a
carne fosse vida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Creio que o
verbo era verso,</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Somos filhos
da poesia.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Somos
herdeiros da poesia,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Embora
tentemos ser o inverso,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Esquecendo a
beleza do versar esta lida,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Não deixando
que em nós o verso se encarne,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Esquecemos
que grande parte de nós é verbo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Esquecemos
os textos e os vendemos num sebo,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Acredito que
falavam de algo que nos irmane,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Que
escrevemos achando encontrar a saída,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Mas disseram
ser poemas baratos e do avesso,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Que
acharíamos bonitos, mas ninguém leria.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Antes da
carne e da poesia,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Antes dos
filhos tornarem-se o inverso,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Antes que a
vida não tivesse saída,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Antes que o
tudo como vida se encarne,<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Tudo era,
éramos, é e somos filhos e parte do verbo.<o:p></o:p></div>
Wesley Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/05296665087722879087noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4668955362688298787.post-31938524163247582272014-09-05T07:39:00.000-07:002014-09-06T06:58:20.951-07:00Encontros no ônibus lotado<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Por volta de sete e oito da manhã é horário marcado pra sair de casa.
Multidões se tornam massas nas correrias loucas dessa pequena grande cidade,
dona de um trânsito que recentemente descobriu que conseguia também ser caótico
a exemplo de algumas (verdadeiras) grandes cidades por aí. Quem viveu em Porto
Velho antes de mim riria como de uma piada ao falar de ruas engarrafadas e lotadas
de pessoas que se esbarram, cheias de compromissos, mas vazias de relações
trocadas.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNOL21afhRAF66riFmtLmj5mv1uTwW3r0iTtNbnTOU0pFXJPtBnJOTITHUYMCFvWOPoZT8JhxMOk11ffY7wSad6dkAk3fco75Yzi1jwpHjD4AqX2mAHJfsZRs1q8BNdHJYqbO3gjt1A8Q/s1600/DSCF2210.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNOL21afhRAF66riFmtLmj5mv1uTwW3r0iTtNbnTOU0pFXJPtBnJOTITHUYMCFvWOPoZT8JhxMOk11ffY7wSad6dkAk3fco75Yzi1jwpHjD4AqX2mAHJfsZRs1q8BNdHJYqbO3gjt1A8Q/s1600/DSCF2210.JPG" height="240" width="320" /></a>Mas tudo bem: eu sou dessa nova geração e estou acostumado. Pego de
manhã cedo aquele bom e velho ônibus lotado, gosto de sentar no fundo (sou
abençoado em morar próximo ao ponto final, ou ponto de início, no meu caso, o
que me permite a gloriosa graça de poder sentar), com minha mochila nas costas
e vestindo o uniforme, vou de segunda a sábado pra escola. Vejo pela porta traseira entrar todo tipo de
gente, e é engraçado pensar na grandiosa variedade de encontros de pessoas
variadas que vivem nessa mesma cidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Num ponto entra uma garotinha de cabelos lisos penteados, vestindo um
uniforme da escola, sua mãe a beija e acena enquanto ela entra no
ônibus, ela entra sonhando um futuro brilhante, mas por enquanto, só queria mesmo um
bom assento pra poder ir sentada. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Outro ponto. Entra aquele moleque de olhos inchados, querendo mesmo
era voltar pra cama, provavelmente passou a noite em claro, no computador,
primeiro conversando, depois jogando e o resto em sites proibidos, clicando e
respondendo em tudo que lhe perguntava que ele era maior de idade, ia pra mesma escola
que eu, mas nem sei direito o seu nome.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Nessa altura da manhã, o ônibus já está quase lotado, aquelas senhoras
conversadeiras já estão com o braço erguido em minha frente, sustentando seus
corpos obesos, e a cada freada do motorista, só faltam enterrar o traseiro em
minha cara. Desvio pra evitar este constrangimento, batendo o olho em um casal
apaixonado que sentou ao meu lado, transformando o banco conjunto do fundo do
ônibus num daqueles motéis intrigantes onde se transa com roupa e tudo, quero
rir, mas seria constrangedor, então olho pro outro lado, nem sei o que mais me
envergonha: a transa vestida a direita, ou o traseiro gordo a esquerda. Volto a
olhar pra porta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Outro ponto. Entra aquele rapaz que não terá o mesmo futuro que o meu:
chinelo de dedo, bermudas rasgadas e camiseta regata, usa um boné de aba reta,
que virou modinha em todas as classes no último ano, entra com uma caixinha
tocando um funk em volume alto (nada contra, até curto um pouco, mas um funk
naquela altura a essa hora da manhã não é lá muito agradável). No outro braço
carrega várias caixinhas de chicletes, que vai oferecendo aos tios e tias, em
troca de algum trocado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Nesse momento alguém sempre pede a palavra, algumas vezes é algum
pobre coitado, dizendo que não roubará nem nada, mas que queria uma ajuda, em
qualquer quantia pra comprar sua cachaça, digo, pra poder voltar pra casa.
Outras vezes é algum iluminado, que recebeu de Deus a Palavra e que se não
prestássemos atenção seríamos condenado. Enfim, ambos os casos são bem engraçados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Outro ponto. Entra aquele senhor que veste roupas sociais, chapéu e
óculos escuros, fico imaginando como ele aguenta vestir-se assim no calor dessa
cidade. Ele entra e vai disfarçadamente olhando as mocinhas que estão indo pro
trabalho, pra faculdade e pra escola, encostando seu corpo em muitas delas -
velhinho tarado. E eu com vontade de rir, apenas disfarço e olho pro lado, o
casal continua conectado por seus lábios e língua, olho por cima deles, uma
mocinha de cabelos cacheados, pele morena e óculos tenta ler um pesado livro
entre os solavancos da rua esburacada, recebendo, vira e mexe, tapas trocados dos
doces apaixonados. Ela é bonita do seu jeito, mas pelo visto deve ser tímida e
inacessível, daquelas que vive pra estudar apenas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Outro ponto. Entra aquela senhora que acabou de sair do mercado,
carregando um número absurdo de sacolas. Demora a entrar, empurrando a massa de
gente, o cobrador quase entra em desespero para fazê-la passar pela roleta, ela
passa empurrando pra chegar aos assentos preferenciais, mas estão todos
lotados. Olho para os adolescentes sentados um do lado do outro em um banco ao
lado dela, trocando mensagens pelo celular, riem do que um envia ao outro - quanta
futilidade! Minha vontade era levantar e pedir pra que eles cedessem lugar à
senhora, antes que as sacolas terminassem de entortá-la, mas estava muito longe
e seria tão constrangedor fazer isso. Outra senhora, pouca coisa mais jovem, se
levanta. “Não havia necessidade”, eu penso, “se aqueles adolescentes idiotas
fossem um pouco mais educado.” Mas eu também não fiz nada, apenas julgo e fico
calado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Na verdade nem daria tempo pra revolta: meu ponto está chegando, me
levanto e enfrento a grandiosa epopeia de cruzar um ônibus lotado, trocando
odores com diversas pessoas, empurro, peço licença, passo por baixo de braços,
tropeço e peço desculpas, puxo a cordinha (que está quebrada e só se encontra
na frente), o sinal apita e o ônibus vai parando, já estou quase na frente, mas
um senhor obeso não me deixa passar, o motorista se irrita e vai saindo, eu
grito que ainda vou descer e a massa de pessoas grita junto, condoída como se
também sentisse minha frustração. Ele esbraveja e para de novo, abre a porta,
eu murmuro um “obrigado”, mas nem olho pra ele, duvido que ele tenha olhado pra
mim também.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Desço, então, do ônibus. Olho de volta enquanto ele vai saindo,
no fundo a mocinha de óculos parou de ler seu livro e olha pela janela, por
um momento pensei que ela olhava pra mim, então sorri, mas ela não respondeu.
Não era pra mim que ela olhava, era pro nada. Foi então que percebi, mais uma
vez, que na correria de um ônibus lotado, em uma cidade lotada, várias pessoas
se esbarram, várias cenas se entrecruzam e encontros inusitados acontecem,
porém a maioria das pessoas está apenas olhando para o seu próprio nada,
inclusive eu...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
--</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i>Porto Velho está crescendo, eu sei. Talvez não o suficiente para tornar-se uma grande cidade, mas já vemos alguns sintomas dessa pós-modernidade "metropólica" que começa a infectar a nossa cidade. Basta sair de casa de carro, a pé, de bicicleta e de ônibus para sentir essa transformação.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i>A crônica de hoje se passa num ônibus, talvez você, corajoso leitor, já tenha passado por esse mesmo ônibus, talvez você seja até algum desses personagens que passam pela roleta, quem sabe você não é aquela moça sonhadora sentada no banco de trás, ou aquele impaciente que não sabe se se segura ou se olha no relógio pra confirmar que está atrasado.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i>Peguei e continuo pegando muito ônibus nessa pequena grande cidade de Porto Velho e já encontrei várias pessoas e algumas até me encontraram, mas nessa correria que inventamos, quem realmente encontramos nessa estrada?</i></div>
Wesley Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/05296665087722879087noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4668955362688298787.post-83302650883075044152014-09-04T08:35:00.000-07:002014-09-04T08:37:19.344-07:00Primeiro Passo<div style="text-align: left;">
<i>Àqueles que não me conhecem pessoalmente e profundamente, pertenço à uma família muito grande dos dois lados, tanto por parte do meu pai, quanto por parte da minha mãe, o que significa que tenho uma multidão de primos de diversas faixas etárias.</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2PD812fFjTPIy7v-ruHhZmfqJdSANr4ZsG2k32HziIW2CPhUTL11cffdEiPUTeEREiB4jxTkQ9oaq0oIqLps1cVPZ17FsAC-o7woqnSJ_OgIij4qcRwT7H0FJw7rVprVx8IQzqRoFSps/s1600/DSCN1004.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2PD812fFjTPIy7v-ruHhZmfqJdSANr4ZsG2k32HziIW2CPhUTL11cffdEiPUTeEREiB4jxTkQ9oaq0oIqLps1cVPZ17FsAC-o7woqnSJ_OgIij4qcRwT7H0FJw7rVprVx8IQzqRoFSps/s1600/DSCN1004.JPG" height="240" width="320" /></a><i>Hoje quero falar dos mais novinhos deles pra introduzir minha poesia. Observei muitos deles crescerem e lembro como cada um deles começou a andar.</i><br />
<i><br /></i>
<i>É engraçado e muito fofo ver uma criança dando os primeiros passos: ela observa, faz força pra levantar e cai com a bunda no chão, dá uma risada, bate palmas, tenta de novo e vai repetindo esse ciclo até que surge ele: o primeiro passo. O glorioso momento que, hoje em dia, é filmado pelos pais e comemorado entre as lágrimas de mães emocionadas.</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>Assim é a vida: primeiro vem o tombo, só depois o passo. Primeiro a gente chora, depois aprende a sorrir, e esse é o fluxo eterno da vida, com vocês, um dos meus textos preferidos.</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<b><span style="font-size: large;">Primeiro Passo</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Primeiro o tombo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
E só depois o primeiro passo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Antes o tombo, só aí passo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
E então alguém nos leva pelo braço.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Abraço,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Trabalho, salário, cansaço.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Primeiro o tombo,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Depois o primeiro passo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Compasso,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Beijo, traição, amasso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Se não há tombo,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Não há passo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Nervos de aço,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Carinho, cuidado, não passo...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Tem o tombo,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Daí vem o passo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Início,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Engatinho, chorando, disfarço.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Primeiro vem o tombo<o:p></o:p></div>
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">E só então o primeiro passo.</span>Wesley Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/05296665087722879087noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4668955362688298787.post-48670818321638116592014-09-03T06:52:00.000-07:002014-09-03T06:52:08.568-07:00A Odisseia de Alberto<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5n8OaPOt-G0xuwR0QsKWHuQmrY94RZQ171GJsEX0mKwovw7hh0LkZJLKPta_TW3fG39Hg6KebZcworSB-UPoChsoUcV7OpV_JnSOxa1GDT4hmUFTqG_d2wRn0RbH2HNXVxMZm-k2SI5s/s1600/DSCF6928.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5n8OaPOt-G0xuwR0QsKWHuQmrY94RZQ171GJsEX0mKwovw7hh0LkZJLKPta_TW3fG39Hg6KebZcworSB-UPoChsoUcV7OpV_JnSOxa1GDT4hmUFTqG_d2wRn0RbH2HNXVxMZm-k2SI5s/s1600/DSCF6928.JPG" height="240" width="320" /></a>Quando o despertador toca no dia após o domingo, Alberto vira quantas
vezes pode na cama, pedindo a Deus para que seja a continuidade de algum sonho,
que na verdade ainda está começando a noite... Mas o despertador é insistente,
sabe que há compromissos a serem cumpridos, afinal: é segunda-feira. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
- Odeio segunda-feira. – diz Alberto a si mesmo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Então acorda, desliga o desesperado despertador, levanta-se da
cama, acaricia a dama que deitava ao seu lado, não são casados, mas era quase, poderiam
casar-se um dia, mas por que arriscar um relacionamento que dava tão certo? Dá
um beijo nela, e a deixa terminar de acordar, sai do quarto e toma um banho
rápido, apenas para afugentar o sono e a ressaca que sobrara do dia anterior,
ou do sábado, ou da sexta. O final de semana costuma passar tão rápido que nem
se sabe mais a origem de cada ressaca.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Apressadamente vai até a cozinha e põe a água pra ferver pra passar o
café, poderia comprar uma cafeteira para agilizar esse processo, mas o café no
coador era muito mais agradável. Tira, então, um saco de pão de forma da
geladeira e o coloca no micro-ondas para esquentar um pouco, poderia comprar
pão quentinho na padaria da esquina, mas o pão comprado junto do rancho já era o suficiente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Pão esquentado, café passado, Júlia, a dama que anteriormente dormia,
senta-se à mesa com um vestido florido que combinava com seus cabelos castanhos
escuro e cacheados, o corpo magro, porém dotado de um sensualidade única, e um
sorriso meigo que encantava qualquer olhar. Ele a beija enquanto
serve o pão e a manteiga na mesa, podia dizer algo romântico, mas não havia a
menor necessidade e nem havia tempo pra isso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O celular toca: o chefe logo cedo avisa que vai chegar tarde, que
Alberto precisa ir logo abrir o setor, afinal, o atraso de um órgão público
nunca cai na cabeça do servidor, mas do chefe, o que cai na cabeça do servidor
são os gritos e injúrias do povo que encontra o atraso. Alberto podia ter dito
que iria em seu horário normal, mas não precisava arrumar problema com o chefe,
pois, talvez cumprindo além do seu dever, conseguisse uma gratificação, assumisse
algum novo cargo ou fosse indicado a alguma chefia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Engole, então, o café, enquanto Júlia o pede pra ir com calma, que o
mundo não vai acabar se ele chegar um pouco mais tarde. Ele ri da tolice da
namorada: “Tempo é dinheiro”, justifica a si mesmo e parte para o carro
estacionado na garagem, um carrinho velho, que já tem há muito tempo, podia
comprar um carro novo, mas não caberia no seu orçamento.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Sai acelerado, chega ao trabalho. Enfia-se em processos, conta piadas,
levanta argumentos, discutem e fazem silêncio, cada um precisa de um momento de
concentração e descontração, podiam trabalhar mais na amizade e coleguismo, mas
cada um depende de seu cargo e precisam da produtividade, serviço público é
nome muitas vezes, o que vale são os interesses e todos têm aquele mesmo
interesse: o cargo comissionado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Alberto senta, levanta, carimba, assina e digita, lembrando dos tempos
áureos da faculdade, nos quais bebia e fazia farra, enquanto sonhava em ser
juiz, depois promotor, por fim auditor, delegado, advogado e aí passou no
concurso pra agente administrativo, podia ter tentado outras coisas, mas no
fundo sempre odiou o curso de Direito.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Faltando meia hora para o fim do expediente, todos param, afinal, a
hora da saída é hora muito aguardada, podiam todos antecipar o trabalho do dia
seguinte, mas aí onde ficaria a ansiedade de ir pra casa? Guardada na gaveta?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Uma e meia mostra, então, o relógio da parede, que unifica todos os
relógios. Todos levantam e na corrida desenfreada tentam chegar na folha de
ponto que passa de mesa e mesa, ponta a ponta, os mais espertos já haviam
assinado a saída.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Alberto volta pra casa, almoça as sobras geladas do almoço, com preguiça
de esquentar a comida que Júlia deixara na geladeira. Tira depois a camisa e
os sapatos e liga o ventilador com o pé. A mesa da cozinha vira, então,
escritório, tira os pratos, deixa na pia, podia lavá-los, mas Júlia faria isso
quando voltasse da lojinha onde trabalhava, passa um pano na mesa pra tirar as
sobras que escaparam do prato e coloca sua pilha de apostilas e livros: é hora
de estudar para o próximo concurso, a chance de sua vida! Dessa vez daria
certo!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Alberto podia tentar outras coisas, queria ser escritor, mas isso não
dá dinheiro, não dá sucesso, era o que ouvia desde a adolescência: “Faça
Direito, meu filho”, seus pais e professores lhe disseram.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Após a tarde de estudos, Júlia chega em casa, os dois discutem, a
discussão diária que faz parte da vida dos dois, depois fazem as pazes, podiam
ir ao cinema, afinal é dia de promoção, mas não há tempo, não há ânimo. Deixam
a TV ligada... Assistir que é bom não conseguem: a mente está desligada; vão para
o quarto.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Júlia procura por Alberto na cama, mas ele está muito cansado, podiam
se amar um pouco mais, mas amanhã será outro dia cheio, deixa isso pra sexta a
noite, deixa isso pro sábado e mais uma no domingo, quem sabe?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Então dormem, apagam no quarto com a central de ar ligada. Alberto
sonha com uma vida mais agitada, Júlia sonha com um marido mais presente em
casa, uma marido com quem ela nem sequer era casada. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
O despertador, então toca, Alberto vira quantas vezes pode na cama, pedindo a Deus para que seja a continuidade de algum sonho, que na verdade ainda está começando a noite... Mas o despertador é insistente, sabe que há compromissos a serem cumpridos, afinal: é terça-feira.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
- Odeio terça-feira. – diz Alberto a si mesmo..</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
--</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i>Essa crônica dispensa meus comentários, quero apenas desejar uma ótima quarta-feira a todos os "Albertos" que a lerem.</i></div>
<o:p></o:p>Wesley Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/05296665087722879087noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4668955362688298787.post-25757643679829482452014-09-02T10:06:00.000-07:002014-09-02T10:06:02.668-07:00Indecisão<i>Hoje deixo outro poema, agora sobre Indecisão... Quantas vezes somos levados a seguir por caminhos distintos, fazer escolhas, pular ou ficar parado, nosso coração acelera e o mundo gira, tudo parece ao mesmo tempo dar muito certo e muito errado. Esse texto de hoje fala desse sentimento, do arriscar-se e do exitar. Espero que gostem e continuem acompanhando minhas viagens textuais.</i><br />
<i><br /></i>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="font-size: large;">Indecisão</span><o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Dar um passo
no passo escuro,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Um passeio
sem volta e sem fim.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Dou passo,
outra hora corro,<o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQ_OF6wmebQEnZgnv-AVSrE8OGSP_TFYi58ROWBzQEIS3PgVe5GMR059Tfk8iO5JIB-qwOd-Y1r-ogsXIPkNfDzBjcMiKPUFqEEGjKbfdm-qGugoDwHdkqZ_RD1B9QQMPwcNg9nN7zhK4/s1600/DSCF1880.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQ_OF6wmebQEnZgnv-AVSrE8OGSP_TFYi58ROWBzQEIS3PgVe5GMR059Tfk8iO5JIB-qwOd-Y1r-ogsXIPkNfDzBjcMiKPUFqEEGjKbfdm-qGugoDwHdkqZ_RD1B9QQMPwcNg9nN7zhK4/s1600/DSCF1880.JPG" height="240" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Outrora me
despeço de mim.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Compasso que
une dois passos,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Batuque da
velha batera,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Que no peito
lateja, eu acho,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Lutando o
homem e a fera.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Disfarço: me
olharam nos olhos,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Foi meu
reflexo que o fez,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Me olhando,
com medo e retalhos,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
No espelho,
julgando o que não fiz.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Abro espaço,
a incerteza pede vez,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Uma vez que
preciso arriscar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Arrisco, com
o medo que me fez,<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Fazendo-me
arriscar! É preciso... Recomeçar?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
--</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<i>Apenas um breve pós-escrito: depois de publicada a crônica sobre nossa amiga Capitu, fervilharam várias garotas que se encontraram ou desejaram ser como ela. </i><i>Agradeço à querida leitora e amiga Elisandra Freitas que chegou a uma bela conclusão deixada nos comentários: "Acredito que todas as meninas tem um pouco de 'Capitu' em si". </i><i>Quem ainda não leu, confira, pois foi muito gostoso escrever e dar vida à essa Capitu que tantas pessoas gostaram.</i><br />
<i><br /></i>
<i><br /></i>
<br />
<br />Wesley Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/05296665087722879087noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4668955362688298787.post-91994876535548878742014-09-01T11:04:00.000-07:002014-09-01T13:25:45.459-07:00Capitu no sábado a noite<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAdvwFWFl9hYzRlX4rCxyKlmbeMLr5yQKcv9xcFt4W3Ycy6FRL0IDGDm9CMss4d-08mOZzyQTuOKe6KHJwYPfPtu6roiZ0GjhaapWM1NentQX2NBdsuc9Uqqq8PSWE9OT1sjnobeLZ5Mk/s1600/unnamed.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAdvwFWFl9hYzRlX4rCxyKlmbeMLr5yQKcv9xcFt4W3Ycy6FRL0IDGDm9CMss4d-08mOZzyQTuOKe6KHJwYPfPtu6roiZ0GjhaapWM1NentQX2NBdsuc9Uqqq8PSWE9OT1sjnobeLZ5Mk/s1600/unnamed.jpg" height="196" width="320"></a>Sábado à noite, pouca coisa ou
quase nada pra fazer. Enquanto a maioria das pessoas fica comentando nas redes
sociais, fingindo que terão uma noite empolgante, alguns, como Capitu, ousam
sair do virtual para o real e aventuram-se na noite em busca de um sentido para
a vida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Capitu é uma jovem livre em seus
pensamentos, aprisionada pelos pais, ou melhor, os pais acham que a
aprisionam, mas, assim como a Capitu de Machado de Assis, a nossa Capitu não se
deixa controlar, é um espírito livre como de cigana, e possui aqueles mesmos
olhos de ressaca, porém agora com duplo significado: a ressaca do mar que
arrasta os mais sãos homens para seus truques e seduções, e as ressacas das
latas e long neck de cerveja e copos de vodka, whisk e outros tantos que nem
sei listar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Capitu é bela, mas às vezes se
acha feia, às vezes se acha gorda, às vezes se acha linda, às vezes é viciada
em academia, às vezes nem liga pro que se acha, só quer rir e rir, sem saber do
que está rindo, às vezes ri até de si mesma. Ah, Capitu!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Capitu é tantas coisas que eu me
confundo de tanto escrever sobre ela e, se eu não tomar cuidado, todos os
parágrafos começarão com esse nome: Capitu... Enquanto esqueço sutilmente de
escrever a história que queria contar sobre ela.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Meu problema é que Capitu é
bonita como nenhuma outra, com seus olhos esverdeados, cabelos castanhos, o
corpo recém-modelado pela academia. A que ontem era chamada de gorda, hoje
passa pelas ruas ouvindo “gostosa”, e segue em frente, não liga, ela é livre, ou
acha que é livre, nem sei, só sei que é linda a Capitu.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas chega de falar sobre ela e voltemos
ao sábado à noite, quando Capitu parte pra mais uma festa, não preciso citar
lugares, pois Capitu pertence ao mundo e não a lugar algum. Capitu dança, vive,
se alegra e bebe. Beija aquele rapaz moreno e alto, de corpo esbelto, e bebe.
Dança mais um pouco, esbanja a sensualidade, sorri enquanto lembra que a
chamavam de gorda e, então, bebe.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- Capitu, já chega. – diz a voz
em sua cabeça, Capitu diz que não, respondendo pra amiga que a fazia parar.
Capitu é livre e está feliz, feliz!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Capitu samba, dança valsa, dança
xote, dança forró e funk e bebe. Capitu domina a todos e todos pensam que a dominam,
mas ela é livre, então sorri, ri, fala besteira e bebe, as amigas a seguram:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- Para com isso, Capitu.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E aí Capitu só vê a escuridão,
some a memória, horas parecem minutos, minutos sufocam as horas e o dia
amanhece. Abre então os olhos de ressaca a nossa Capitu: é domingo, não é mais
sábado, está deitada em um sofá, ou será uma cama? A cabeça lateja e ela ainda
ri à toa, é livre e feliz, mas até quando?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
As amigas surgem e explicam que a
protegeram, Capitu queria fazer milhares de besteiras, mas elas a impediram,
grandes amigas: salvaram Capitu outra vez.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Capitu repete pra si a ladainha
de que é feliz quando faz isso, mas se olha no espelho: maquiagem borrada,
sorriso desfeito. É livre e é feliz, mas de que jeito? Lembra que a chamavam de
gorda, lembra que não lembra se transou com quem seja essa noite, lembra que é
livre, mas não sabe nem sequer o que é liberdade, lembra que é feliz, mas não
sabe o que é felicidade. Então a forte Capitu solta uma outra Capitu escondida
em seu peito e chora.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
As amigas a abraçam, encostam
suas cabeças sobre a dela, são três, inseparáveis, um grupo de aventuras
incontáveis, são elas as duas outras partes de Capitu. O calor do abraço
espanta a ressaca. As frustrações da noite anterior viram piadas. No final não
era a festa, não era a liberdade, mas sim quem estava com ela. Capitu
redescobre em cada gole a sua verdadeira felicidade nas amigas que a amparam, e
faz isso com frequência. Sorri, vive e bebe, abraça e beija quem quer. A
felicidade constante encontra mais tarde: no afago das amigas que não a deixam,
em quem confia plenamente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E então, será que Capitu é feliz?
Será que deve ser julgada? Será que o que faz é errado?<o:p></o:p></div>
<br>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Bem, fica você aí pensando, que
Capitu vai continuar dançando, beijando e bebendo, sendo quem ela é, com um
sorriso no rosto, mandando pra merda, falando o que pensa, abraçada com suas
amigas, pois Capitu é linda, Capitu é livre... Ou não?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
--</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Qualquer semelhança é mera coincidência. Embora saiba que provavelmente isto será lido por várias "Capitus".</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Enquanto a você, caro leitor, pode julgar, amar e apreciar ou condenar e odiar Capitu, o que importa é que ela continuará sendo Capitu e que só ela poderá dizer se é ou não feliz. </i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Eu julgo que ela é feliz a seu jeito. Então, boa sorte com seu julgamento....</i></div>
Wesley Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/05296665087722879087noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4668955362688298787.post-73655616830006850082014-08-31T20:03:00.001-07:002014-08-31T20:03:10.021-07:00Diálogo com meus versos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaXJffS5qoXselchLRIPiv8mT0pQSy0rOx6cyhpmeGXdcTyxuvFVpOtwLwFKQpS5ajPB8YAcHe1c4HuGh6D3wJ3_P6kWo9fxb7IMy_zdb12jfZYuCQi04-kqk8eW3z5Oxe2CwZBhEfb80/s1600/DSCN1946.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaXJffS5qoXselchLRIPiv8mT0pQSy0rOx6cyhpmeGXdcTyxuvFVpOtwLwFKQpS5ajPB8YAcHe1c4HuGh6D3wJ3_P6kWo9fxb7IMy_zdb12jfZYuCQi04-kqk8eW3z5Oxe2CwZBhEfb80/s1600/DSCN1946.JPG" height="240" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Jovem da comunidade N. Sra. de Fátima - Zona Rural de Porto Velho</td></tr>
</tbody></table>
<i>Lembro que quando comecei a mostrar meus textos para os meus colegas de sala, lá pelo segundo ano do Ensino Médio, surgiam todo tipo de decodificadores e adivinhos, usando das mais minuciosas táticas para dizer o que estava por trás daqueles rascunhos que eu chamava de poesias e que mostrava, ou melhor, que acidentalmente foram vistos por alguns e espalhados pela sala.</i><br />
<i>Surgia de tudo: de apaixonado a louco, de gênio a adolescente iludido, sem contar os que me recomendavam ao psicólogo. Havia também os elogios, pois acabavam encontrando profundas reflexões filosóficas de boteco inseridas em versos e entrelinhas. E eu apenas ria por dentro, concordando às vezes, balançando a cabeça, enquanto pensava comigo: "De onde eles tiraram isso?"</i><br />
<i>O texto que trago hoje fala justamente sobre isso: o verdadeiro significado de nossas palavras, dos nossos versos, nossos cantos e nossas conversas. Espero que gostem e que façam suas interpretações, pois eu já tenho as minhas.</i><br />
<i><br /></i>
<i><b><span style="font-size: large;">Diálogo com meus versos</span></b></i><br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Verso meu,
me responda:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Que queres
versando assim?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Verso que
escrevo, diga:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Que dizes,
versando, de mim?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Verso, poema
e estrofe,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Por que se
uniram neste complô?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Para dizer a
um garoto que sofre<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Que de algum
modo inexiste a dor?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Verso meu,
composto e escrito,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Responda-me,
sei que podes,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Por que tudo
isto?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Responda-me,
tu me deves!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Verso, poema
e rima,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Por que
mesmo vos criei?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Para
engrandecer-me, ficar por cima?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Ou nem
sequer num motivo pensei?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Verso meu,
poesia,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Se põe o
sol, eu não poria...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Quem disse
aonde foi<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Achou
sentido que eu não acharia...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Verso,
poema,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Rima,
estrofe,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Todas minhas
poesias...<o:p></o:p></div>
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Todos meus, mas nada tinha...</span>Wesley Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/05296665087722879087noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4668955362688298787.post-30176878561258374072014-08-31T06:48:00.001-07:002014-08-31T06:50:41.003-07:00Participação no 6º Sarau Filosófico da Faculdade Católica de RondôniaQuem esteve no VI Sarau Filosófico, acontecido ontem, pode apreciar grandes artistas que levaram aos presentes verdadeiras obras de arte, entre músicas, pinturas, artesanatos e, é claro, poesias.<br />
E então, no meio de tantos gigantes da poesia, eis que surge este velho pseudo-poeta, aventureiro na arte de versar, declamando timidamente alguns versos que, inclusive havia postado aqui no blog no mesmo dia.<br />
Posto hoje para aqueles que não estavam no sarau, que, permitam-me dizer, foi um excelente evento cultural, de ótimo gosto, para toda a família, possam ver estes meus dois minutos de "fama" ao declamar meus versos diante de tantos gigantes, entre os quais destaco o Prof. Moreira.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/gjGyDlhVQjI?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
Wesley Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/05296665087722879087noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4668955362688298787.post-11682811821221632382014-08-30T08:08:00.000-07:002014-08-30T08:11:50.351-07:00O que sei e não sei que sou<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM4JMbDzq3Aa5xqAtsjjg5i3qgxfvRQ4-2zXDpiFdtn56tizkrJ_BoWNIcG99GMo_dfAoyIlqIa-cyZcqdTtlDDxoD7rWpvo5RVI0LO4ujrcn_NhhfDUVNmfJrZJtYgE5f2Y7eErr128E/s1600/DSCN0675.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; display: inline !important; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM4JMbDzq3Aa5xqAtsjjg5i3qgxfvRQ4-2zXDpiFdtn56tizkrJ_BoWNIcG99GMo_dfAoyIlqIa-cyZcqdTtlDDxoD7rWpvo5RVI0LO4ujrcn_NhhfDUVNmfJrZJtYgE5f2Y7eErr128E/s1600/DSCN0675.JPG" height="240" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i>A última estrofe deste texto que postarei hoje me toca bastante: quantas pessoas na nossa vida nos conhecem de verdade? Já ouvi inúmeras vezes aquela frase dita por tantas pessoas "Menino, eu te conheço", conhece mesmo? Se conhece, me ajuda por favor, poque ando tão cheio de "Wesleys" dentro do microuniverso da minha cabeça que nem sequer sei qual deles sou eu de verdade, ou se todos eles são ou se nenhum deles...</i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i>E você, paciente e corajoso leitor, quantas vezes já se pegou fazendo essa mesma pergunta? Se chegou a alguma resposta clara, por favor me ensine a fórmula, pois já gastei 21 anos da minha vida e tudo que sei sobre mim é muito contraditório às vezes. </i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i>Mas, se quiserem saber, eu gosto de ser essa plena contradição, gosto de ser aquele guri louco que curte rock clássico e sabe ouvir um pagode, que não é muito fã de dançar, mas gosta de ir às festas, entre outras loucuras que deixariam nosso estimado amigo Freud intrigado.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i>Não sei que sou, mas estou descobrindo: sou o oposto de mim mesmo, mas disposto a me reconstruir, se eu disser que sei que sou é porque virei estático, mas não... A vida é movimento, se não se move, é porque morreu... É isso que sou, como diria Raul Seixas: uma "metamorfose ambulante". Espero que gostem do poema que deixo pra vocês hoje.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="font-size: large;">O que sei e não sei que sou</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Quem sou?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Que sei que sou?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Será que sei?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Eu não sei...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ora poeira, ora lama;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ora aridez, ora grama;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ora água, ora seca;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ora abre, ora fecha...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Sei que sou... não sei<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Se não sou nada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ora sou filho de rei,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Outrora sou filho de escrava.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ora trabalho, ora cama;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ora anônimo, ora fama;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ora estátua, ora cena...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Horas orando, apenas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Sei que ora sou nada,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ora tudo, ora confusão;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ora certeza, ora dúvida;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ora sei que sou ou não...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Não sei que sou,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Mas há quem saiba<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ou acha que sabe que sou.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Mas será que sabe mais que nada?</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
</div>
Wesley Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/05296665087722879087noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4668955362688298787.post-50704437285732656062014-08-29T09:24:00.003-07:002017-01-03T14:09:49.708-08:00Pra começo de conversaSabe quando você tem a cabeça explodindo de ideias e pensamentos e loucuras e não sabe pra onde escorrer?<br />
Pois é, to numa fase meio louca dessas.<br />
Então decidi começar esse blog pra ver no que dá, afinal: gosto de escrever e tem gente que diz que gosta do que escrevo (tem realmente louco pra tudo neste microuniverso).<br />
Então vamos lá, começando hoje essa minha viagem intramental e interpersonalidades dessa minha cabeça meio louca, espero que gostem dos textos, pra começar, uma breve poesia sobre a busca que muitos de nós fazemos por aquilo que chamamos de Deus, seja individualmente, seja através de religiões ou seitas... Pra onde caminhamos nessa busca?<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="font-size: large;">Um velho poema da estrada...</span><o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Gastei anos
buscando a Deus...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Buscando e
nada encontrava.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Afastei-me
de mim e dos meus,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgB0bYp6OzCSREgtIRzDX5mv7T-aaj5_FdKvAQbskpgv4MbDEemYK8VdAR3WTG9FYAErgM4eHO_f8QquqPOvI78ER35svGwfzKiSs8QKEOhD7AUDyAn7lDoYY8s6lfosQTOcYa-vNwqNc8/s1600/574854_3805747060970_855972625_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgB0bYp6OzCSREgtIRzDX5mv7T-aaj5_FdKvAQbskpgv4MbDEemYK8VdAR3WTG9FYAErgM4eHO_f8QquqPOvI78ER35svGwfzKiSs8QKEOhD7AUDyAn7lDoYY8s6lfosQTOcYa-vNwqNc8/s1600/574854_3805747060970_855972625_n.jpg" width="320" /></a>Mas não vi a
quem procurava.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Quanto mais
de mim<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Eu mesmo me
afastava<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Mais longe
sentia que Deus estava...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Até que
alguém me respondeu assim:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
“Como queres
encontrar a Deus,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Tu, que na
estrada te perdes,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Se nem
encontrar a ti e aos outros,<o:p></o:p></div>
Tu, pobre e
infeliz, consegues?”<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<o:p></o:p>Wesley Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/05296665087722879087noreply@blogger.com0